A descolonizaç…
A descolonização da África
A colonização europeia da África manteve-se até o final da Segunda Guerra Mundial, quando a Europa perdeu poder político e militar para as novas potências (Estados Unidos e
União Soviética). Menos de um século de ocupação foi suficiente para transformar o continente tanto do ponto de vista das configurações territoriais como de sua organização social e política.
O principal legado da colonização europeia foi a divisão do continente em Estados, reunindo diferentes grupos étnicos que não conheciam outra autoridade além do seu próprio clã.
Foram poucos os casos cujos reinos antigos serviram de base política e espacial para a formação dos territoriais coloniais, como em parte da África Oriental, da região dos Grandes Lagos e de Burkina Faso e Mali, na costa atlântica.
As transformações foram brutais: a passagem da tradição oral para a escrita, da economia
de subsistência para a economia de mercado sob o comando de grandes cidades, a mudança de práticas religiosas. A assimilação de novos valores foi resultado da força e da imposição dos interesses coloniais, mas transformou-se em pouco tempo na base para a reivindicação dos direitos desses povos, fortalecendo o movimento do pan-africanismo. No período entre guerras, o movimento pan-africano realizou quatro congressos onde a principal reivindicação era a garantia do direito das liberdades civis e da igualdade de condições dos negros, o acesso liberdades civis e da igualdade às terras, vagas nas escolas e a suspensão de trabalhos forçados.
Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, o sentimento anticolonialista foi rapidamente associado ao pan-africanismo.
No contexto da crise geral que se instalou no sistema colonial, outra corrente diferente do pan-africanismo foi importante para aglutinar as forças de oposição aos governos locais – o
pan-arabismo. As forças de resistência ao nazismo do Marrocos, da Líbia, da Tunísia, do Egito e do Sudão exerceram um papel estratégico nas vitórias dos aliados no final da Segunda Guerra e, rapidamente, se juntaram à Arábia Saudita, Iemem, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria para reivindicar a independência política.
Desta forma, em grande parte, a independência dos estados africanos foi negociada. Contudo, em alguns casos, o processo de descolonização resultou de violentos conflitos armados, como ocorreu na Argélia, em Angola e Moçambique.
Fonte: Unesp/Redefor-Módulo III-Disciplina 06